sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

L.

Sonharás uns amores de romance, quase impossíveis.Digo-lhe que faz mal, que é melhor contentar-se com a realidade;
se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.
- Machado de Assis

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Caio Fernando Abreu


"Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos, (...) tinha de ser justo amor, meu Deus? (...) dói tanto que não dói mais. Como toda dor que, de tão insuportável, produz anestesia própria. (...) Foi muito lindo, tipo, ver pela primeira vez e pensar, sem palavras: eu quero."

sábado, 4 de dezembro de 2010

Experiência e felicidade

Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.
Mário Quintana


Eu nunca me arrependo das coisas que faço, porque além de pensar bem e ver se estou preparada para as consequências, eu acredito que cada coisa da nossa vida serve como uma experiência.
Experiências são momentos por que passamos que nos fazem, no futuro, escolher de forma mais acertada quando nos deparamos a uma situação parecida. Experiências nos dão a chance de não errar duas vezes. Experiências nos dão forças, resistência àquela determinada situação, que no início achamos que não iríamos superar, mas sobrevivemos. Experiência é fazer aquilo que você nunca pensou que iria conseguir, é fazer humildimente o que muitos achariam humilhante, é enfrentar o medo, realizar um gesto de coragem e perceber que você PODE. Você é capaz de cruzar a linha de fogo e conquistar a paz. Você é capaz de correr atrás da sua própria felicidade. E se as coisas não sairam como esperado, resta a experiência; que te torna imune. Portanto, se você cair uma vez, não se ache incapaz, você só não estava pronto. Êrga-se novamente, porque da proxima vez você estará mais forte, você não se machucará tanto e quando você reunir toda a força e coragem necessárias, pode ter certeza, o prêmio estará esperando por você.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Deus; de outro ângulo.

Acreditar. O que é acreditar na verdade? O que significa ter fé? Existem coisas que não vemos e acreditamos, porque sentimos; e eu não falo só do vento, falo de Deus também. É engraçado eu estar comparando o vento com Deus porque é óbvio que o vento existe, nós o sentimos de uma forma incontestável, porque todo mundo o sente. Mas Deus, esse nem todo mundo sente, e o pior é que não tem nem como tirar a prova.
Quando não se acredita em Deus, vira-se ateu. Mas que ateu? Você deve ter pensado, “como assim ‘que ateu’?”. Pois para mim existem dois tipos dele. O ateu de existência e o ateu de fé. Continua sem entender? Eu explico melhor.
Deus é onipotente, onipresente, onisciente e todo o tipo de “onis” que possa existir, não é isso caro cristão? Pois é a maior baboseira que eu já ouvi. Primeiro, se ele é onipotente, então ele não é onipresente. Pois é, pense bem: quem é que pode tudo e não pode escolher não estar em um certo lugar? Se você pensou “é verdade, não havia pensado nisso”, exato! Eu também não até pouco tempo. Mas caso você tenha pensado em alguma explicação que envolva o evangelho ou uma pregação de algum desses padres famosos que só pensam em dinheiro, fique livre para terminar agora mesmo a leitura desse texto.
Voltando ao que interessa. Você pode acreditar em Deus porque, seja lá qual for o motivo, você acha que ele existe. Mas mesmo que Deus exista, será que ele dá bola para você? Será que é tãao bonzinho quanto se acredita? Será que é tão poderoso? Ou será que ele nos usa para brincar de Second Life?
Pois é. Você não entendeu o que eu quis dizer? É porque eu não deixei claro antes, mas eu me refiro a Deus como sendo “qualquer coisa”, alguma energia que possa existir e que move o mundo. O nome de Deus pode ser dado ao que você ache “grande”, sem ser necessariamente uma pessoa velha e barbuda que fica lá no céu jogando raiozinhos.
                Voltando ao eixo central do texto. Ai você, como é o meu caso, acredita que Deus é uma energia poderosa que dá vida às coisas. Você acredita em um Deus, isso é fato, então você não é ateu, certo? Por que não? Você pode não ser ateu de existência, mas você confia nesse Deus, um Deus que você nunca viu, que não tem intimidade e que a qualquer momento pode decidir que você vai “passar dessa para uma melhor” porque ele tem uma “causa maior” para você? Para deixar mais prático, se ele te oferecesse um doce você aceitaria?
Então é isso. Só porque você acredita que Deus existe, porque de jeito nenhum esse mundo gira sozinho, não quer dizer que você tenha que achar que ele é bom com todo mundo, que faz sempre o melhor, que tem poder absoluto, que é o “rei do pedaço”. Talvez, como diz uma amiga minha “deus nem saiba que ele é Deus”, talvez Deus nem tenha um propósito, talvez Deus seja simplesmente a nossa fé.

domingo, 28 de novembro de 2010

Sentir-se amado - Martha Medeiros

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Esqueça o automóvel

Por que olhar para o interior do carro?
Por que se ninguém lhe pedia para olhar,
Se nada lhe obrigou a fazê-lo,
Se você tinha outra escolha?

E para quê olhar?
Que serventia?
Para matar qualquer que tenha sido a curiosidade
E fazer crescer a minha neurose;
Aumentar ainda mais uma psicose
Que me faz gritar internamente:
- Louca!
E lhe implorar:
- Por favor, nunca mais olhe para dentro do carro.

Mas esqueça o automóvel,
Porque isso nada tem haver com ele.
Toda essa loucura,
Minha loucura,
Trata-se apenas do encontro do seu olhar com o meu,
Que sob o efeito se embeveceu
E se perdeu
No banco de trás do carro.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sobre liberdade

           Nos últimos dias tenho me indagado sobre esperança e felicidade. Casualmente assisti a uma aula de filosofia sobre liberdade e interessei-me pelo assunto a ponto de pesquisá-lo em livros e internet. Fiquei feliz ao encontrar em Marilena Chaui uma síntese das três - esperança, felicidade e liberdade - e aqui transcrevi a parte que mais chamou minha atenção:

Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
(Velho tema – Vicente de Carvalho)


O poeta começa dizendo que somente a esperança disfarça a dor de viver e esse disfarce significa que a existência não é senão uma “esperança malograda”, pois esperamos pela hora da felicidade e essa hora nunca chega, é sempre adiada. Mas por que nosso malogro? Por que não obtemos a felicidade?
            Retomando uma imagem da mitologia grega, a árvore do fruto de ouro, inalcançável pelos mortais (e conquistada pelo semideus Hércules), o poeta estabelece um contraste entre o substantivo “pomos”, isto é, frutos, e o verbo “pomos”, isto é, a ação de colocar alguma coisa em algum lugar. Com isso, contrasta a “esperança malograda” de felicidade – a inalcançável “árvore de dourados pomos” – e a felicidade que “existe, sim”, mas que não alcançamos porque “nunca a pomos onde estamos”, embora esteja “sempre apenas onde a pomos”. Nossa alma fica desterrada no sonho, exilada do real, porque incapaz de reconhecer que a felicidade não é a hora sempre adiada, situada num futuro incerto, não é uma árvore distante, posta pelos deuses em algum lugar não localizável do vasto mundo, mas está em nós, em nossa “leve esperança”, em nosso mais vasto coração, dependendo apenas de nós mesmos, “porque está sempre apenas onde a pomos”.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª edição. São Paulo: Ática, 2005.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mente Aberta

Que tipo de reação um simples olhar pode provocar? Quais as sensações que um sorriso pode causar? Parece-me que um simples sorriso causou em mim uma mudança tão grande, que nem lembro quem eu fui antes dela.
Não foi uma mudança externa, mas de valores e idéias pré-concebidas. Da antiga mente quadrada para uma de nova forma, que não habita ângulos retos, nem mesmo vértices.
            Minha mente tomou a forma das minhas novas descobertas, da liberdade de expressão, do grito que vem de dentro e que antes não tinha liberdade para sair.  Ela agora não tem limites; aliás, apenas um, o infinito.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Via Láctea - Olavo Bilac


“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso”! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.

sábado, 23 de outubro de 2010

O que é meu em mim

Eu sou cada texto que li, cada palavra que aprendi, cada gesto que imitei. Eu sou tudo a minha volta, sou todos com quem convivo ou convivi, sou uma junção de tudo o que existe. Existe algo de mim em mim? Não sei.
A essa altura da minha vida, no ponto em que cheguei, não sei mais distinguir o que é meu do que não é, o biológico do absorvido, o aprendido do inventado.
Não fui eu quem formou minha identidade e sim cada pessoa que passou pela minha vida, cada uma delas depositou em mim um pedaço de si; o que fiz foi misturar tudo, todos aqueles resquícios de identidade e formar uma própria, que passei a chamar de minha.
O que mais quero no momento, é saber ao certo o que me foi dado, separar o sal do açúcar, a água do álcool. Preciso muito saber o que seria de mim se alguma daquelas pessoas não tivesse passado pela minha vida, se não tivesse deixado uma parte de si, ou ainda, se ao invés dessa pessoa houvesse outra, totalmente diferente.
            O que eu seria se não fosse o que sou agora, será que ao menos seria alguém? Será que ao menos escreveria sobre tais indagações? Se for uma junção de tudo e todos, será que existo? Posso não passar de “alguéns”, e nesse caso, não sei bem o que pensar, muito menos o que fazer.
            Não me vejo mais em mim. Não encontro nada quando me busco. Meu reflexo já não é tão nítido. Minhas memórias já não são tão minhas. O que escrevo já foi escrito. O que falo já foi dito. Subtraem-se tudo e o que sobra? ... Não sei.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Transformando tédio em saudade

     Tédio. Entedia. Tédio sem idéias. Ideais mortos. Mente sombria. Escuridão à luz do sol. Macabro e colorido. Destino interrompido pelo Jingle Bell da solidão.
     Obscuridade oportuna de uma vida sem resquícios de viver. Corações entrelaçados. Fígados embriagados no silêncio sem solução.
     Respiração descompassada, inalando toda a poeira, limpando todo o ar. Morrendo de prazer por ter vivido uma vida, por ter tido a oportunidade de receber a medalha da humildade, mas que nada vale.
     Erra em se perder, em encontrar-se de novo. Erra em acertar mais de uma vez, e por se repetir se emociona.
     Palavras sem nexo escritas em um espelho convexo, que abre a porta logo antes de sair, mas deixa aberta para poder voltar.
     A despedida consome o eu de saudade, para em seguida dançar a “dança da solidão”.
     Corrompemos o incorruptível, que se desfez na ânsia pelo poder, no desejo de ser igual e acabar com as idéias que nunca estiveram vivas.
     E o que é vivo sempre morre.
     E o que é morto fica podre, até não mais existir.

Only Juliet


    
     Que dor é maior? A dor de um amor correspondido, vivido, que durará para sempre, mas que lhe é tomado subitamente? Ou a dor de um amor não correspondido, que nem teve a oportunidade de ser vivido, que dói a cada segundo que é sentido, mas que não consegue ser arrancado de dentro de você?
    
Obs.: Minha intenção não é comparar a dor, mas mostrar que não senti-la é uma condição talvez não existente. Tendo em vista que, ao fato de senti-la, não quero dizer incessantemente, mas por várias vezes e de várias formas ao longo da vida.


Sugestão: Filme "Shakespeare Apaixonado"

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A droga do amor

     
      E quando penso que acabou só está começando. O início do que durará para sempre e depois morrerá. Acreditando-se que o infinito é apenas aonde não se conseguiu chegar.
     Forma-se um plural de singulares, e abro a porta na tua cara apenas para dizer-te que ainda não terminou. Pelo menos enquanto posso inspirar para fora e expirar para dentro o único veneno que me mata, a droga que viciou minha circulação e inebriou-me de incertezas. A droga que vicia somente aos que tem coração. A droga do amor.
     Que me fez agir e não pensar, que me fez falar e não lembrar, que me fez morrer e ainda assim... Estando viva.

domingo, 3 de outubro de 2010

Música Popular Brasileira - Gonzaguinha

     Característico pela postura de crítica à ditadura, submeteu-se ao DOPS, assim, das 72 canções mostradas, 54 foram censuradas, entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos da mídia lhe valeram o apelido de "cantor rancor", com canções ásperas, como Piada infeliz e Erva. Com o começo da abertura política, na segunda metade da década de 1970, começou a modificar o discurso e a compor músicas de tom mais aprazível para o público da época, como Começaria tudo outra vez, Explode Coração e Grito de alerta, e também temas de reggae, como O que é o que é' e Nem o pobre nem o rei. [1]

"A música não faz a revolução, nosso poder  é o de encantar, informar, alegrar, e, em determinados momentos, formar. Podemos fazer política sem ser políticos. Mas não somos donos do país, somos regidos por um sistema, de acordo com ele ou não" (Gonzaguinha, em 1978)

Comportamento Geral
Gonzaguinha
Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com teu Carnaval

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com teu Carnaval

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: "Muito obrigado"
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado
Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com teu Carnaval

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal

E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece

E diploma de bem comportado
Você merece, você merece

Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal [2]

“Sei que jamais vou agradar a todos. Mais quero é me agradar, me sentir muito bem, sabendo que nunca vou ser o que os outros querem”. (Gonzaguinha)
     Luiz Gonzaga Júnior faleceu na manhã do dia 29 de abril de 1991 em um acidente de carro ocorrido no quilômetro 30 da BR-280, entre os municípios de Renascença e marmeleiro, na região sudoeste do Paraná.
“Gonzaguinha era um poeta contemporâneo, que abordava a alma feminina de uma forma completa. Através da palavra, desnudava o universo da mulher. Ele tinha a sensibilidade à flor da pele. Na minha obra é de extrema importância.” (Joanna)
"Uma coisa eu aprendi pelas estradas por onde eu andei, e que eu sei que vou levar para estradas por onde eu vou andar. Eu aprendi que é fundamental que eu tenha respeito pela minha pessoa, pra que eu possa evidentemente passar esse respeito para outras pessoas. Porque não há uma coisa "mais maior de grande" do que a pessoa e porque somente juntos, somente unidos, é que nós vamos conseguir uma coisa bem maior chamada a nossa liberdade" (Gonzaguinha)



sábado, 2 de outubro de 2010

Música Popular Brasileira - Marisa Monte

     Monte é uma artista de renome, tendo vendido mais de 10 milhões de álbuns, ganhou vários prêmios, incluindo de três Grammy Latino, sete Video Music Brasil, nove Prêmio Multishow de Música Brasileira, cinco APCA e seis Prêmio TIM de Música. Marisa é considerada pela revista Rolling Stone Brasil como a maior cantora do Brasil




Marisa Monte
Não é fácil, não pensar em você
Não é fácil, é estranho
Não te contar meus planos, não te encontrar
Todo dia de manhã enquanto eu tomo o meu café amargo
É, ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado
Na verdade, eu preciso aprender
Não é fácil, não é fácil

Onde você anda, onde está você?
Toda a vez que eu saio me preparo para talvez te ver
Na verdade eu preciso esquecer
Não é fácil, não é fácil

Todo dia de manhã enquanto eu tomo o meu café amargo
É, ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado
O que eu faço? O que eu posso fazer?
Não é fácil, não é fácil

Se você quisesse ia ser tão legal
Acho que eu seria mais feliz do que qualquer mortal
Na verdade não consigo esquecer
Não é fácil, é estranho²

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Miss Nothing

     Quando a vi pela primeira vez no seriando Gossip Girl atuando no papel da adorável (não por muito tempo) Jenny Humphrey, jamais imaginei que a personagem e a própria intérprete, Taylor Monsen, pudessem me surpreender tanto.
     Esquecendo um pouco da Little Jenny, eu estava agora mesmo lembrando-me da banda The Pretty Reckless, cuja vocalista é a própria Taylor, e foram necessários apenas alguns segundos de pesquisa no Google para que eu me tornasse incrédula quanto ao que li nos resultados - tanto pela banda, quanto pela vocalista - pelos simples motivos citados abaixo:
1. Que garota aos 16 anos diria que seu melhor amigo é um vibrador? Uma que não está nem um pouco interessada no que os outros vão pensar sobre isso.
2. Que pessoa admitiria em público sua bissexualidade, além de dizer que tem orgulho disso? Muita gente está saindo do armário atualmente, mas não tão jovem assim, e isso me leva ao tópico número 3.
3. Personalidade. É admirável perceber que tão nova essa garota já tem tanta personalidade. Até demais na verdade, é só dar uma olhada no próximo tópico para entender.
4. Para os muito religiosos esse post já é um absurdo, mas o absurdo vem agora, porque ela teve a cara de pau (no bom sentido) de fazer um clipe com um cenário que lembra bastante a santa ceia. Agora você pensa, "mas o que tem de mais nisso?". Eu não quero estragar a surpresa, veja o clipe e tire as suas próprias conclusões.
5. Finalmente uma banda boa e que toca ROCK com letra maiúscula. Eu sempre gostei de rock, mas nunca ouvi uma banda de Rock'n'roll de verdade que tivesse realmente gostado. Até agora.

Vídeo das músicas Make Me Wanna Die e Zombie.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mais um retalho

    
Meu passado é meu presente. Tudo em mim é um reflexo do que fui e continuo a ser. Nada do que sou hoje faria sentido se não fosse pelo meu ontem e o mesmo se aplica ao amanhã. Todos os pensamentos e atitudes, cada detalhe faz de mim o que sou. Não há nada faltando ou sobrando, nenhuma costura mal acabada, só retalhos, harmônica e simetricamente unidos, formando um véu que enrolo ao redor de mim.
E se meu ontem tivesse sido diferente? Seria eu outra pessoa? Estaria eu escrevendo agora? Nunca saberei. A única coisa de que tenho certeza é que, o ato de escrever esse texto hoje já mudou consideravelmente o que eu serei amanhã. Não de uma forma grandiosa e complexa, somente um pequeno retalho; E é só disto que esse texto trata: um retalho de cada vez.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Menestrel

    Que Shakespeare foi um dos mais brilhantes escritores da história ninguém discorda. Decidi portanto colocar aqui no blog este texto maravilhoso dele, que reflete uma lição de vida e que em minha opinião todos deveriam ler e aprendê-lo.

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança.     Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pedaços

     Ultimamente não tenho tido muitas idéias do que escrever, mas adoro fazê-lo mesmo assim. Então eu simplesmente jogo as palavras e frases que passam pela minha cabeça. A maioria não serve kkk Mas existem alguns trechos que se salvam e eu estou colocando eles aqui:
"Nada além de viver torna alguém vivo."
"Jogar palavras em um papel não faz de alguém um escritor, mas dar sentido a elas o faz.[...] Mas não vim aqui para falar de escrever. Vim para trazer um pouco da minha imaginação, dos pensamentos instantâneos que me atravessam em busca de algo que não seja descartável, em busca de uma frase que faça a diferença e que assim me faça poder dormir em paz, sabendo que ainda posso escrever coisas que valham a pena ser lidas."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um homem ou um rato?

     Aula chata. Nada para fazer, e assistir a aula não é uma opção. Diante disso, o melhor a se fazer é colocar para fora seu sentimento artístico-abstrato, dar significado ao insignificante.
    
      O bom artista é aquele que transforma o invisível em uma grande obra, que faz o abstrato ter forma, que torna útil o inútil, ou seja, artista é aquele cujo vocabulário não abrange as palavras ANTÍTESE e PARADOXO.
     Todos são artistas na sua forma de ver o mundo, ou na forma que gostaria de vê-lo. Qualquer um possui sentimentos que possam ser abandonados em um papel, tela ou qualquer coisa que sirva (banca do colégio). O branco é apenas um plano de fundo para o que existe de mais profundo dentro de nós.
     Manifesto: que a arte prevaleça em meio à autodestruição, que a sensibilidade seja valorizada e aprimorada, que o conservador se torne irracional, que não se veja mais com os olhos, mas que para isso abra-se a mente e o coração.
     

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Olhos que não veem

Dez anos se passaram, mas aparentavam apenas alguns minutos porque ao olhar para trás ele percebeu que havia andado apenas um passo, estava praticamente no mesmo lugar, que reconheceu apenas por causa de um velho busto "em memória de alguém que fez alguma coisa a muito tempo", porque  toda a paisagem à sua volta havia mudado.
Tudo mudou, exceto ele. As pessoas viveram suas vidas, trabalharam, se apaixonaram, desiludiram, apaixonaram novamente, casaram-se, tiveram filhos, e tudo o mais que se faz na vida. Ele por outro lado, nem sabe o que fez naquele lugar por tanto tempo, nem sabe por que não saiu de lá, por que deixou que sua vida se passasse sozinha, sem o personagem principal.
“Por que não me acordaram desse coma?” – pensa consigo mesmo. “Ninguém sentiu minha falta? Ninguém me percebeu?”
Vagou sem rumo, estranhando sua própria cidade natal, estranhando as rotinas, os hábitos, a linguagem. Sentiu-se um estrangeiro, sentiu-se solitário. Vagou por dias, dormiu na rua, falou com mendigos, aprendeu coisas sobre a vida, aprendeu sobre sofrimento, sobre passar fome, sobre não ter identidade, sobre ser indigente, sobre pedir dinheiro para viver, sobre se virar, ele aprendeu o que nunca lhe ensinaram nas escolas caras em que estudou. Percebeu que viva em uma bolha, achando que a vida não passava de trabalho e dinheiro, nunca passou pela sua cabeça a vida dos que não tinham esse tipo de oportunidade, dos que sofrem.
Naquela noite ele chorou de medo, não queria viver daquela forma. Olhou para o lado e viu uma fileira de homens e mulheres na mesma posição em que ele se encontrava, eles também choravam.
“Como não conseguimos enxergar o que está na nossa frente? Como deixamos que a miséria se tornasse algo comum? Como alguém pode não se importar?”
Sua revolta inconsciente foi interrompida pelo barulho do despertador. Ele levantou-se de seu coxão de king size, tomou uma ducha no banheiro do seu quarto, sentou-se à mesa e tomou um café apenas, da enorme mesa de café da manhã preparada por sua empregada. Foi até a garagem, pegou sua Mercedes e foi à seu escritório para mais um longo e comum dia de trabalho. Assim que se sentou na cadeira de seu escritório, chamou sua secretária para fazer-lhe algumas reivindicações e em seguida, olhando pela enorme janela de vidro com vista para o centro de São Paulo lembrou-se de seu sonho. Soltou um suspiro voltou à sua mesa e continuou seu trabalho...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nunca vamos saber

- Por que quando a gente se apaixona não consegue esquecer aquela pessoa, por mais que queira?
- Não sei. - ela respondeu.

     Acho que não há como saber, mas vou continuar procurando por uma resposta mesmo assim. Não consigo aceitar muito bem o fato de que não existem respostas para certas perguntas, ou que algumas delas não cabem à nossa ignorância.
     Parece que todo mundo nasceu programado para fazer exatamente as mesmas coisas, seguir uma sequência de vida: nascer, crescer, estudar, fazer faculdade, trabalhar, casar, ter filhos e morrer. Já me disseram que o que realmente importa é o que você faz entre essas coisas e como você faz. Talvez, mas ainda assim não entendo por que a maioria do que somos ou seremos já vem programado desde quando ainda somos crianças.    
     Esse tipo de questionamento sempre me persegue, mas sei que não é só a mim. Tenho certeza que todo mundo já sonhou um dia com o "Livro das respostas", aquele que solucionaria todos os nossos problemas, que resolveria qualquer indagação, por mais insensata que ela possa ser. Ainda sonho com esse livro e com todas as coisas que poderia descobrir nele (só de pensar meus olhos brilham), mas por enquanto vou me contentando com um dicionário, ou uma enciclopédia. Fazer o que?
     Só sei que por mais que a tecnologia evolua, por mais que o ser humano chegue a um estagio de evolução jamais imaginado, por mais que qualquer coisa... vamos continuar não sabendo de nada. Não é que esteja sendo pessimista, estou sendo realista. Somos muito limitados.
     Parece até que estou entrando um pouco em contradição agora, já que disse não aceitar muito bem a ausência de respostas. O fato é que, só porque sei que não vamos saber de nem uma mínima fração do que existe no mundo, não quer dizer que não possa ter a esperança de encontrar alguma coisa. Melhor do que viver conformada e de costas para o mundo, como no "mito da caverna", escrito por Platão. E convido todos a saírem de suas cavernas. Porque o que move a nossa vida é a busca constante. Do que? Só você sabe.

domingo, 12 de setembro de 2010

O que é suficiente

     Descobri que não quero nunca me repetir. Não quero nunca me encontrar, porque por mais que eu diga o contrário, adoro me sentir assim meio perdida, só para ter que vasculhar meu interior em busca de alguma resposta. Adoro estar confusa, triste, sentir vontade de ficar reclusa no meu próprio eu (ao contrário do que possa parecer, eu não sou emo), porque quando volto meu olhar para fora, estou mais completa (mesmo que não completamente) e posso partilhar isso.
     O que realmente estou tentando dizer é que o único caminho para entender o que existe à sua volta, é conhecendo o que existe dentro de si e se isso não for suficiente, não creio que algo mais será.